Bicicletários em condomínios, uma tarefa difícil, mas longe de ser impossível…
Em tempos de busca por mobilidade consciente e econômica, o uso de bicicletas cresce de forma rápida e um espaço para guardar as magrelas nos condomínios é cada vez mais requisitado pelos moradores, o que merece atenção especial do Síndico.
Em cidades como São Paulo, os bicicletários já são obrigatórios por lei nos novos condomínios. Sancionada em 2012, Lei nº 15.649/2012, regulamentada pelo Decreto 53.942/2013, obriga as novas construções e reformas de prédios residenciais e comerciais na cidade a reservarem até 10% das vagas para estacionamento de bicicletas.
A dificuldade de implantar bicicletários em condomínios construídos antes de 2012
O grande empecilho é a falta de espaço, em condomínios que não dispõe de espaço sobrando nas áreas comuns. Mudança de destinação sempre demanda de muito diálogo, pois o Código Civil pede unanimidade dos moradores quando se modifica a destinação de uma área que é de todos.
Isso não significa que implantar um bicicletário seja uma causa impossível, ela só precisa de muito trabalho, dedicação, diálogo e paciência para que tudo ocorra de forma positiva.
Você está preparado para essa batalha? Siga em frente, procure reunir todos os interessados e mantenha-se confiante, pois todo o trabalho duro mostrará a sua recompensa lá na frente e o que parecia algo impossível se mostra algo realizável.
O jeito certo de começar
O ideal é que o condomínio possua um Comitê de Infraestrutura e Segurança, o qual terá a participação voluntária de moradores interessados em colaborar. Essa comissão, em conjunto com o Síndico, Subsíndico e Conselheiros, deve debater todas as implicações do assunto e levar ao conhecimento de todos os moradores, seja através de uma assembleia ou através do sistema de comunicação interna do site da administradora.
Vale lembrar que é preciso definir o melhor local para a guarda das magrelas, o tipo de suporte e criar regras de uso do espaço e para a circulação de bicicleta dentro do condomínio, pois a implantação não pode prejudicar o uso dos espaços comuns. Também é necessário manter um cadastro atualizado das bicicletas e manter a manutenção do bicicletário em dia.
É imprescindível o uso de tags nas bicicletas para identificar de qual unidade e bloco pertencem. Também é recomendável que todas as bicicletas sejam trancadas com cadeado.
Tipos de bicicletários mais utilizados em condomínios
Os condomínios costumam utilizar dois tipos de bicicletário: os de chão e os de parede. Os de chão podem ter diversas formas e possuem um custo menor. Seu ponto fraco é ocupar mais espaço do que os de parede, que são mais caros, mas economizam mais no quesito espaço.
Sempre contrate uma empresa especializada para que o projeto, mesmo que simples, não se torne uma dor de cabeça para os moradores e motivo de insônia para o Síndico.
Quais os cuidados necessários na implantação de bicicletários?
Os bicicletários precisam atender a quatro pontos principais:
- Estrutura: o paraciclo (suporte para prender a bicicleta) deve ter formato que permita apoiar a bicicleta encostada lateralmente, prendendo-a pelo quadro e não pela roda. Os modelos adequados mais comuns são os formatos de U invertido e de R, sendo possível inovar desde que se respeite esses dois quesitos.
- Acesso: o ideal é que o acesso ao bicicletário e a saída dele não impliquem em subidas compartilhadas com os automóveis, protegendo os ciclistas do tráfego motorizado.
- Cobertura: a área onde as bicicletas ficam acondicionadas deve ser coberto, para evitar que o ciclista tome chuva enquanto tranca/destranca a bicicleta e que esses veículos não fiquem expostos às intempéries.
- Segurança: como a maior parte das trancas utilizadas para prender bicicletas são facilmente abertas por ladrões que se especializam nesse tipo de furto, um controle de acesso se torna necessário, para que apenas o dono da bicicleta possa sair com ela.
O importante é que o Síndico tenha comprometimento com o projeto e que os moradores trabalhem em conjunto para encontrar a melhor solução para o condomínio onde moram.